Sobre mim

Defino-me como benfiquista, defensor da justiça e da verdade desportiva. Condeno qualquer tipo de tráfico de influências, corrupção e violência, seja praticada pelo FC Porto, SL Benfica, ou qualquer outro clube. Não aceito vitórias a qualquer custo. Honestamente, depois de 30 anos de actos indignos por ele praticados, tantos casos claros como a água (imagino as manobras que desconhecemos, certamente combinadas sem telefones, cara a cara em boites, restaurantes e em casa de Pinto da Costa), custa-me a entender como alguém defende e se orgulha desse senhor.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A Relação priveligiada do FCP com a PSP

O inquérito governamental às acusações de práticas violentas pelo FC Porto apurou as primeiras conclusões. Uma rede unindo polícias e marginais tem sido responsável pela segurança de Pinto da Costa e pelas agressões e intimidações a árbitros, jogadores e dirigentes desportivos rivais.
José Branquinho, comissário da PSP e responsável pela 1.ª esquadra da baixa do Porto, é um dos principais visados no inquérito que já decorre através do Ministério da Administração Interna para apurar os responsáveis pelas cenas de violência verificadas no FC Porto - Benfica. Mas há mais. Os sub-intendentes Paulo Ribeiro e Delfim Passos também estão na mira dos inquiridores, «por terem "abafado" graves situações provocadas por desordeiros pertencentes áquele corpo policial em situações anteriores, dos adeptos do futebol», soube O Independente junto de fonte ligada à investigação.
O comissário Branquinho que foi distinguido por bons serviços no tempo de Eurico de Melo pela pasta da defesa é para já o principal visado. São conhecidas as suas anteriores ligações a Alfredo da Silva Teixeira e António Bernardino Pinto, dois marginais presos em 28 de Fevereiro do ano passado por posse de heroína, por quem se fazia acompanhar muitas vezes para prestar proteção a Pinto da Costa e a alguns dirigentes do FC Porto.
Os dois indivíduos em causa foram apanhados em flagrante delito na portagem dos Carvalhos em Gaia, na posse de 600 gramas de heroína e acompanhados pelo comerciante e chefe da rede, Fernando Ferreira. Pinto está preso em Guimarães e Teixeira conseguiu prisão domiciliária, mas as más companhias parece estarem a comprometer o comissário Branquinho. Este grupo de que existem fortes suspeitas de ser liderado pelo conhecido comissário da Baixa do Porto, envolve os nomes de Alfredo Teixeira, e Ribeiro Pinto e, também Abel Gomes, Damião Monteiro. Abílio Costa, Virgílio Marques e ainda um guarda de nome Correia.
Bons Rapazes
Os dois primeiros elementos da segurança portista estão detidos. Damião Monteiro foi expulso da PSP por alegadas ligações a uma rede de prostituição. Abílio Costa, ex-subchefe da mesma corporação, foi também «corrido» da polícia por se apoderar de objectos furtados, vendendo-os posteriormente. Virgílio Marques conhecido por «Maradona» é porteiro da "Teia" na Rua de Santa Catarina e assíduo acompanhante da Direção Portista - ainda recentemente esteve com os dirigentes do FC Porto no estádio de Alvalade, no jogo frente ao Sporting, onde pôde ser visto na televisão quando alguns dirigentes prestavam declarações à Comunicação Social.
Quanto ao guarda Correia, segundo as nossas fontes, «é ele quem distribui as UZZI ao grupo que protege o Clã Portista». O guarda Correia gozara da protecção do Comissário Branquinho e dos subintendentes Paulo Ribeiro e Delfim Passos. As pequenas metrelhadoras são fornecidas ao grupo todas as sextas-feiras, antes dos jogos considerados importantes, ficando na posse dos citados indivíduos durante todo o fim-de-semana seguindo com eles nas suas deslocações aos mais variados estádios do País, mesmo nas deslocações de avião.
Recorde-se já não é a primeira vez que vários porteiros de campos de futebol têm feito referência a intimidações sofridas com esse tipo de armas por acompanhantes não-identificados de dirigentes do FC Porto. No Restelo, no ano passado, um porteiro do Belenenses disse-se ameaçado por um indivíduo que possuía uma arma dessas, tendo-se já falado, na altura no nome do guarda Abel Gomes. Mesmo no desenrolar de alguns encontros de modalidasde, como o Andebol e o basquetebol, já se registaram agressões e intimidações embora não tenham tido a divugação de cenas semelhantes no futebol.
O Académico de Braga (andebol), o Sporting (hóquei em patins) e o Benfica (basquetebol) foram os mais sacrificados. Ainda há cerca de um mês no pavilhão do Académico de Braga, no final do jogo de andebol entre o clube local e o Porto, ganho pelo primeiro, se verificaram violentos confrontos com elementos da «segurança» portista, o mesmo sucedendo no pavilhão das Antas quando o Benfica se sagrou Campeão Nacional de basquetebol. Em ambos os casos houve feridos.
Abafos na Intendência
A juntar a todos estes personagens, surgem então o conhecido Abel Gomes, o motorista Araújo, da PSP, e Jorge Luís Batista Cardoso, o «Herói», assaltante com cadastro e consumidor de drogas. Segundo as contas dos inquiridores, Branquinho terá perto de 30 homens «prontos» para o que der e vier e que têm demonstrado ultimamente uma atitude tão agressiva quanto capaz de provocar uma verdadeira tragédia.
Mas dentro da própria PSP do Porto já há reclamações, «apesar do natural receio que estas denúncias possam trazer». O segundo-subchefe Filipe Nogueira Gomes apresentou na 2.ª Divisão da 16.ª Esquadra em 1/05/1991, a participação n.º 2459 contra Abel Gomes, por agressão a um superior. Diz o subchefe Nogueira que o guarda Abel «dificultou a minha acção junto de outro indivíduos (suspeitos), agarrando-me e disferindo-me uma forte cabeçada no maxilar inferior». Mesmo assim, e depois de movido o processo, Abel não foi suspenso. Continua a sua actividade como se nada se tivesse passado, perante a indignação de alguns dos seus colegas.
Diz-se entre eles que isto só é possível porque o subintendente Paulo Ribeiro, «abafou o caso». É, aliás, uma situação que recusam comentar publicamente, mas afirmam «à boca cheia» que «enquanto Paulo Ribeiro mandar, o Abel Gomes faz o que quer e o que lhe apetece». «É frequente reunir-se com alguns graduados na Cervejaria Sá Rei, bebendo uns copos já depois da hora de fecho. Estranham também a facilidade e a frequência com que Abel traz equipamentos do FC Porto para utilizar nos jogos de futebol de salão realizados entre eles».
Segundo apurámos, Abel e outros elementos do seu grupo são vistos frequentemente em fato-de-treino, demonstrando preferência pela Adidas, marca que fornece o clube das Antas. Não faltando inclusive a Abel Gomes o característico «boné à Artur Jorge». Ainda em relação às actitudes do guarda Abel, são frequentes as alusões ao seu «exibicionismo bacoco, contrariamente ao que se diz ser», e a um estilo de vida acima das suas possibilidades de agente. Segundo alguns cologas da PSP, vai todos os dias ao Bingo do Boavista, onde gasta vários contos de rei, «gostando de se fazer acompanhar». «É evidente que ele não tem ordenado para isso...», diz-nos quem o conhece.
Fonte: Jornal " O Independente", de 17 de Maio de 1991

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